Você já pensou que toda pessoa, em algum momento de sua vida, poderá precisar mudar um hábito? Como mudanças de hábitos podem melhorar o bem-estar emocional?
A Pandemia e a Mudança de Comportamentos Automáticos
Esse pode ser um processo potencialmente desafiador, e tivemos, recentemente, uma experiência a nível mundial com relação a isso. Há pouco mais de dois anos, durante 2020, o mundo todo se viu precisando prestar atenção nos próprios comportamentos. Lavar as mãos, usar máscaras e evitar sair de casa passaram a ser importantes orientações de saúde. A pandemia nos trouxe a necessidade de mudar comportamentos realizados automaticamente, como, por exemplo, inserindo na rotina a higienização de todos os alimentos antes de guardar na geladeira.
A Natureza dos Hábitos
De acordo com Cristo e Günther (2015), hábitos são comportamentos aprendidos que se tornam automáticos após serem repetidos diversas vezes. Esse automatismo é útil para os seres humanos obterem resultados poupando o esforço de precisar tomar decisões a todo momento, pesando “prós” e “contras” para isso. Portanto, um hábito é um comportamento que não passa pelo nosso “julgamento” momentâneo e mesmo assim acontece. O processo de formação do hábito está relacionado a fazer escolhas com base na criação de um roteiro mental, para então repeti-lo em outros momentos.
Autoconhecimento: A Chave para a Mudança de Hábitos
Assim, ao longo da vida formamos diversos hábitos, estando eles relacionados à nossa saúde, ou não, mas muitos deles poderão prejudicá-la. Para modificação e manutenção de hábitos deve entrar em cena um fator importante: autoconhecimento. Dentro da Psicologia, a definição de autoconhecimento é variável, mas, de maneira geral, consiste na capacidade de descrição do próprio comportamento e da integração das informações obtidas a partir dessa descrição.
Exemplo Prático: Formando o Hábito de Atividade Física
Dessa forma, levando em consideração a necessidade de modificação de hábitos, seja para diminuir hábitos prejudiciais, para incluir, ou manter um hábito desejado, não se trata apenas de repetir comportamentos, mas também de se autoconhecer diante da formação desse hábito. Em um exemplo prático, imagine alguém que quer iniciar a prática de atividade física. É necessário que esse indivíduo passe a repetir o comportamento de se exercitar (repetição para formação do hábito), mas dificilmente o exercício físico se tornará habitual se ela não puder notar o próprio comportamento de se exercitar e as variáveis que poderão controlá-lo (autoconhecimento).
O Papel do Acompanhamento Psicológico
Portanto, podemos dizer que a atividade física se tornou um hábito quando, por exemplo, essa pessoa for se exercitar mesmo quando está cansada ou tem outros compromissos no dia. O acompanhamento psicológico é um dos espaços mais potentes para a promoção do autoconhecimento e reflexão sobre a presença de alguns hábitos em nossa vida. Por isso, buscar um acompanhamento profissional é fundamental e pode contribuir frente à necessidade de mudanças significativas.
Referências
CARAPETO, Maria João. Autoconhecimento: uma breve revisão narrativa. 2021.
DE CRISTO, Fábio; GÜNTHER, Hartmut. Hábito: por que devemos estudá-lo e o que podemos fazer?. Psico, v. 46, n. 2, p. 233-242, 2015.