O narcisismo é um termo que se originou da mitologia grega, onde o jovem Narciso se apaixonou pela própria imagem refletida em uma poça de água. Nos tempos modernos, o conceito evoluiu para descrever uma personalidade caracterizada por um senso inflado de auto-importância, uma necessidade profunda de admiração e uma falta de empatia para com os outros. Mas, além da conotação cultural e coloquial, o narcisismo também é reconhecido no campo da saúde mental como um tipo de distúrbio de personalidade: o Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN).
Sintomas – Os indivíduos com TPN podem exibir uma variedade de sintomas, incluindo:
- Um senso grandioso de auto-importância.
- Preocupação com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal.
- Crença de ser especial e único e de que só pode ser compreendido por, ou associar-se a, outras pessoas ou instituições de status elevado.
- Necessidade excessiva de admiração.
- Sentido de direito, ou seja, expectativas irrazoáveis de tratamento especialmente favorável.
- Exploração interpessoal.
- Falta de empatia.
- Inveja dos outros ou crença de que os outros o invejam.
- Comportamentos e atitudes arrogantes ou insolentes.
Tratamento – O tratamento para TPN pode ser desafiador, pois as pessoas com esse distúrbio muitas vezes não reconhecem que têm um problema ou resistem ao tratamento. No entanto, para aqueles que buscam ajuda, o tratamento consiste no acompanhamento psicológico.
Algumas abordagens incluem:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Ajuda a pessoa a identificar e alterar comportamentos e padrões de pensamento negativos.
- Terapia interpessoal: Trabalha na relação entre o indivíduo e os outros, ajudando a melhorar a comunicação e a empatia.
- Psicoterapia psicodinâmica: Visa compreender e mudar padrões de relacionamento complexos, em parte explorando o passado do paciente.
- Terapia de grupo: Pode ser útil, pois permite que o indivíduo receba feedback direto sobre seu comportamento de seus pares.
Diferenciando Traços e Transtorno
Em alguns casos, o acompanhamento psiquiátrico pode ser necessário. Dessa forma, medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas específicos ou complicações associadas, como depressão ou ansiedade.
Contudo, é importante pontuar que todos nós podemos apresentar traços narcisistas em diferentes pontos de nossas vidas. Ter alguns traços narcisistas não significa ter um distúrbio de personalidade. O diagnóstico é complexo e deve ser realizado por psicólogos e/ou psiquiatras, que por meio de uma avaliação clínica apurada, irão identificar critérios diagnósticos, traços persistentes, e que prejudicam de forma negativa e significativa a vida da pessoa.
Reconhecer a necessidade de ajuda e procurar tratamento é o primeiro passo para gerenciar e, eventualmente, superar as dificuldades associadas ao TPN.
